Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

sábado, 4 de agosto de 2007

Guia de sobrevivência do repórter



Todo comunicador astuto e perspicaz tem de estar apetrechado para qualquer conveniente noticioso, devendo portar os seguintes equipamentos multimídia:

1 bloco de anotações [não precisa ser institucional, pois às vezes ajuda, às vezes atrapalha...depende de vocês];
1 caneta [idem anterior, com o adendo de escolher bem para não ficar falhando]
1 lapiseira c/ ou s/borracha [sim, pois a grafite é a mina que se utiliza dentro e que varia de pontuação - 0.3, 0.5, 0.7, 0.9 etc. e o grafite é o material usado na confecção daquela] [ah, e o com ou sem borracha é opcional, varia de acordo com o estilo e freqüência de erros na escrita];
1 gravador [de fita ou digital, mas que seja discreto!]
1 câmera fotográfica [analógica, se precisar pra o jornal e com maior resolução e tiver facilidade de revelar, ou digital, se for pra web e não tiver tanta importância a nitidez];
1 telefone celular [porque contato se faz de onde estiver para onde for preciso e ao vivo, tempo real! Aliás, esse fantástico objeto pode convergir várias mídias em si...]
1 filmadora [para o caso de ser assaz mister e sumamente imprescindível o movimento dos personagens envolvidos no fato];
1 notebook [pois ao fim da apuração, precisamos de um banco de dados e canal de divulgação veloz, preciso e multimidiático]
1 bolsa ou mochila ou necessairè pra carregar isso!!!!

Conclusão: Nós vivemos na contemporaneidade pós moderninha, precisamos ganhar um salário de editor ou produtor no mínimo e quem não é portador de adereços tais é plenamente incapaz de fazer algo que preste!

Click! Downloading!

Colegas, eis-me agora...:

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quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Um verdadeiro cidadão do mundo! Falaí mermão!

FÉRIAS NO QUINTAL DO MUNDO

Romeu Tavares

O período de férias sempre remete a descanso, passeios, sítio da vovó, dormir tarde e levantar da mesma forma. Mas esse período também é sinônimo de viagem, seja de ônibus, trem ou até mesmo avião, mesmo enfrentando um provável atraso.
Carlos José Oliveira Argento, 44, empresário carioca, mas erradicado em Teresina, também aproveita os períodos de folga para dar umas voltinhas por aí.
Confira a entrevista desse viajante (mochileiro) e algumas de suas experiências.



Webjor – Soubemos que você gosta de dá umas voltinhas por aí não é verdade? Só para iniciarmos nossa conversa, quantas cidades você conhece?

Carlos – (Risos) É verdade. Eu gosto de dá umas voltinhas sim. Na verdade eu amo viajar. Quanto às cidades (...). Bom, fora do Brasil eu conheço um pouco mais de quinhentas. E aqui no país nem tenho idéia!

Webjor – Então você já deve colecionar algumas carimbadas em passaporte?

Carlos – Sim. Estou no meu sexto passaporte e noventa e quatro carimbadas, como você disse.

Webjor – Então vamos a sua primeira viagem internacional.

Carlos – Foi inesquecível! Aos dezoito anos, inclusive comemorei meu aniversário dentro do avião durante a viagem, eu ganhei uma bolsa para estudar na ELS Language Centers, na Wagner College de Nova Iorque. Fiquei nos Estados Unidos por um ano, depois, em outra oportunidade, retornei e fiquei por mais seis meses.

Webjor – Nessa primeira viagem, que experiência ou impressão você recorda?

Carlos – Dentro dos Estados Unidos eu iniciei minhas experiências de viagem. Entrei em um programa para conhecer a cultura do país em 1981, e ficaria como hóspede com uma família norte-americana. Durante a inscrição, podíamos listar alguns locais que gostaríamos de ir.
De imediato eu coloquei Califórnia. Gostaria de conhecer Los Angeles. Mas a pessoa que preenchia minha ficha deu sorriso e dizia que eu nunca ia conseguir ir para Califórnia, pois era muito concorrido, e Los Angeles então! Era praticamente impossível!
Para minha surpresa, recebi a confirmação do programa e o meu destino seria a região de Westwood, no bairro Brentwood, bem próximo de Holywood, Los Angeles...

Webjor – Como foi essa convivência direta com uma família estadunidense?

Carlos – Eles me receberam muito bem, com aquele sorriso estadunidense, como se tivessem com “botox”... rs. Mas tem uma curiosidade, parece que na época era moda ter em casa um estudante latino. Lembro-me muito bem de uma vez que fomos a uma loja para comprar alguns LP’s. Eu estava afastado num canto escolhendo alguns álbuns, enquanto o casal que me hospedara conversavam de forma descontraída com um outro casal de amigos. Durante o papo, esse casal de amigos puxou pelo braço um jovem e disseram: - Olha! Estamos com esse rapaz que é do Peru (P.S. ele de fato está se referindo ao país, não façam a leitura como se fosse alguma gíria!).
E o casal que me hospedavam, para não ficar por fora, não perdeu tempo. – Também temos “um”! (como se eu fosse um bichinho de estimação ou algo do gênero) Hei Carlos, venha cá! Olha aqui... ele é da Argentina. E eu os corrigi, meio que desconsertado, sou do Brasil.

Webjor – Muito bem. Mas esta experiência faz parte de um momento que você viajava sob a orientação de alguma agência de viagem ou instituição nesse sentido. Atualmente, como é definido o seu roteiro de viagem.

Carlos – Olha, as agências orientam em muitas situações, em termos de viagens internacionais a Lurdinha e o Zé Filho são, na minha concepção, os melhores agentes do Piauí, não deixam a desejar a outros agentes do Brasil e no exterior. Mas eu de fato faço o meu próprio roteiro de viagem e tenho economizado muito. Tenho conhecido lugares no exterior que você nem imagina o quanto é barato. Por exemplo, na última viagem à Índia, fiquei hospedado em um albergue na Nova Deli (ou Nova Délhi), num lugar que para a realidade local, assemelha-se à Copabacana (Rio de Janeiro), pagando 10 rúpias a diária, o que equivale a cinqüenta centavos de real hoje. Porém, se eu necessitasse de um único rolo de papel higiênico (artigo de luxo e difícil de encontrar) teria que desembolsar 40 rúpias, ou seja, quatro dias de hospedagem. Então eu me virava com aquela “cumbuquinha” e o balde de água ao lado do sanitário. Detalhe: era desses que a gente faz a necessidade em pé.

Webjor – Mas percebo aqui em suas fotos que você já se hospedou em lugares que tinham uns sanitários mais sofisticados.

Carlos – (Risos) Sim claro! Eu me hospedei num dos melhores hotéis do mundo em Tóquio. E olha que nem precisei sair do aeroporto! Vi os melhores espetáculos da Terra! Também já fiz minhas extravagâncias enquanto turista.

Webjor – Como é deitar à noite e fechar os olhos, quando se têm conhecido tantos lugares exóticos?

Carlos - É maravilhoso. Eu tenho inclusive dificuldade para dormir, não por uma questão de fuso horário, mas porque toda noite vêm em minha mente esse lugares. A cada momento, das vinte quatro horas do dia, eu me sinto realizado, porque parece que o mundo tá dentro de mim. Antes de dormir, de fato, eu me transporto para esses lugares, pois fica a energia de cada lugar em mim.

Webjor – Você que tem inúmeras horas de vôo, provavelmente já deve ter passado por alguma situação desconfortável, como um pouso forçado, fortes turbulências?

Carlos – É curioso... Mas você acredita que eu não tive muitos problemas nesse sentido? Do Jumbo que me levou à China, numa viagem de dois dias e meio, até o monomotor que sobrevoava os Himalaias, não tive nenhum problema tão grave. Lembro-me apenas numa viagem em 2003, quando saía do Cairo em direção à Istambul. Pegamos uma forte turbulência, mas muito forme! As bagagens de mão todas caíram e os passageiros começaram a chorar e entrar em pânico. Eu estava sorrindo, não porque estava em estado de choque, mas por ter perdido minha mãe recentemente (pausa), e eu queria muito estar com ela, aquele momento era como se eu fosse ao encontro dela (...).

Webjor – Uma pergunta trivial, mas inevitável. Qual o lugar que mais te marcou? Por quê?

Carlos – Sem dúvida foi Israel. Eu amo aquele país. Já teve uma situação de em uma mesma viagem eu passar por lá duas vezes! Porque lá é a Terra Santa, os lugares sagrados e tudo isso. Mas devo confessar que a tensão do lugar também me atrai. A qualquer instante podemos ser surpreendido, e eu sou um viciado nessa adrenalina. Adoro situações de tensão, não é à toa que já saltei de pára-quedas, voei de asa delta e outros esportes radicais! (Risos)

Webjor – Mas em Israel você de fato tomou algumas doses dessa adrenalina?

Carlos – Nessa viagem não... Porque só explodiram a boate que eu freqüentava depois que eu viajei! Graças a Deus! Mas para não dizer que de fato não experimentei uma dose de adrenalina, eu atravessei a Faixa de Gaza e consegui algumas fotos com uns soldados da guarda de Yasser Arafat. Não gosto de lugares “certinhos”, eu, por exemplo, não iria à Austrália, lá tem muita ordem, muito, limpinho, não dá tesão!

Webjor – Todo viajante (mochileiro) necessariamente já foi um turista?

Carlos – Nem sempre. Porque alguns já começam mochileiro. Não foi o meu caso, nos Estados Unidos eu fui turista. Mas aqui no Brasil normalmente você passa por esse estágio. Ainda há muito a desenvolver no que se refere ao turismo aqui no país.

Webjor – Como você define seu roteiro de viagem?

Carlos – Pesquiso em livros, revistas de turismo e viagem, internet, filmes... Mas é indispensável a “bíblia do mochileiro” (refere-se ao guia de viagem Lonely Planet), sem ele não há viagem! Eu o levo a toda viagem, inclusive aqui no Brasil. Ele é imparcial em suas descrições, não é preso a nenhuma agência de viagem, rede hoteleira ou qualquer outras coisa nesse segmento.

Webjor – Você já definiu o próximo roteiro?

Carlos – Sim. Minha próxima viagem terá como roteiro Colômbia, Panamá, El-Salvador, Guatemala e México, o que será em breve!
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