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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Música - Bonito Piauí [para relaxar]

Quem é músico ou gosta de partituras, harmonias, compassos, dobrados e sustenidos sabe que essa musiquinha aí abaixo é boa de se dançar que só; a letra é até simples, modéstia do compositor, pois ele sabe que fez algo bem bolado:

BONITO PIAUÍ (FORRÓ)

Não tenho tempo o meu trem já vem,
Eu vou embora nesse vai e vem!

Piuí... Piuí,
Como é bonito o meu Piauí.
Piuí... Piuí,
Como é arretado o meu Piauí!

Vou sentir saudades quando viajar,
Teresina eu vou embora, pois eu quero amar!
Morena linda de Piripiri
O trem já vai, estou chegando aí!


Piuí... Piuí,
Como é bonito o meu Piauí.
Piuí... Piuí,
Como é arretado o meu Piauí!

E no balanço do pequeno trem
Vou sanfonando nesse vai e vem!
Esse forró é pra quem sabe dançar
Morena linda, eu já vou chegar!

Piuí... Piuí,
Como é bonito o meu Piauí.
Piuí... Piuí,
Como é arretado o meu Piauí!

*13/12/2007
Paulo M.Bernardo

* Em homenagem ao dia do Forró!

Coletado em Usina de Letras



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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ambições e trapaças, política e nossos personas: de ponte a trampolim eleitoreiro

Gente, fico fulo das calças ao saber quanta verba pública está desperdiçada, quantas e quantas vezes somos enganados, massacrados, torturados, infamados, desprezados, tapeados por tanta gente de colarinho engomado e carteira recheada, às nossas custas; no entanto, nada fazem, e nada fazemos, porquê?

Um exemplo: essa matéria da página cidadeverde.com [que tive de corrigir os erros de português até! nunca existem revisores em portais ou veículos de comunicação hoje!], que fala de reaproveitamento e alargamento da ponte JK sobre o rio Poty, ligando centro-leste da cidade de Teresina. Ora, vejam só quanto de hipocrisia toleramos! Enquanto não se faz a ponte do sesquicentenário [nem se fosse com o patrocínio do sesc, em seu centenário como brincaram uns humoristas da mesma esfera comunicacional...] tentam nos resolver com "remendos".

Não digo que esta obra não seja importante, dadas as circunstâncias de tráfego escroques às quais somos submetidos dia após noite; mas e quanto à obra realmente "crucial"? Uma coisa não encoberta outra? É tudo joguete político? Me poupem dessa saliva amargamente doentia!
Apoio obras, mas não por "competição partidária" por eleições adiantadas antes do tempo.

Mas segue a notícia, para que possamos cobrar e ver quem termina o serviço primeiro: a prefeitura, o estado ou a natureza, quando virarmos fósseis... E observaçãozinha: eu nem costumo comentar, mas olhe entre as linhas o que querem te enfiar cabeça adentro, antes de sair propagandeando bobagem. Que me perdoe o PSDB, mas perder para o PT que está num berçário sem as esquerdas predecessoras como o PC do B é atestado de inoperância e tiração de sarrismo puro. Tomara que saia a continuação da ponte da prancheta antes das eleições mesmo, nem me importaria. Os eleitores, apesar de não tão boa escola, tem tido muito aprendizado com quase professores de rua...

Governador autoriza alargamento da ponte Juscelino Kubitschek a dep. Osmar Júnior [este deveria ser o título, não o que vi]

A obra vai solucionar o problema de trânsito no sentido Centro/Leste da cidade. [atentai para esta linha finérrima e seus significados!]

O governador Wellington Dias (PT) garantiu hoje ao deputado federal Osmar Júnior (PC do B) que vai liberar recursos para o alargamento da ponte na Frei Serafim, principal via de acesso a zona Leste de Teresina.

A obra vai solucionar o problema do congestionamento e será fruto de uma parceria entre Governo do Estado, DNIT e Strans.

http://www.cidadeverde.com/noticias/editor/assets/img2/osmarjunior.jpg

O projeto, segundo Osmar Júnior, prevê a ampliação da ponte Juscelino Kubitschek, a ponte sobre o rio Poty, com a criação de uma pista de rolamento no vão existente entre as duas pontes (centro e leste) e beneficiando quem utiliza a ponte nos dois sentidos. A obra vai desafogar o trânsito na avenida e resolver de vez os engarrafamentos que atrapalham a vida do motorista teresinense.

O deputado Osmar Júnior explicou o projeto ao governador, garantindo que a viabilização do mesmo, significa um grande avanço para Teresina, que sofre com a falta de planejamento no trânsito e focos de engarrafamento em vários pontos da cidade, principalmente, entre o trecho que vai da avenida Frei Serafim até o início da avenida João XXIII . Osmar lembra que nos horários de pico o motorista chega a perder até 40 minutos para fazer o percurso.

Além de ser um projeto de execução rápida e resultado imediato, a ampliação da ponte sobre o rio Poty, é relativamente barata, devendo consumir algo em torno de R$ 3,5 e R$ 5 milhões e o tempo de conclusão, após realização da licitação, é de apenas quatro meses. “ Wellington Dias é sensível aos problemas da cidade, por isso não só autorizou a realização da obra, como quer que ela seja feita imediatamente, conforme solicitamos”, diz Osmar.


Da Redação
redacao@cidadeverde.com


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quarta-feira, 23 de abril de 2008

PROTESTOS: ATO PÚBLICO PELA UESPI - ALAMEDA FREI SERAFIM AO KARNAK


“Não queremos esmola”: comunidade da Uespi protesta em Teresina
23/04/2008 10h32 THE - PI



Por Rômulo Maia

Professores em greve, estudantes promovendo discussões e técnicos administrativos em processo de mobilização. Essa é a atual situação dos três segmentos que formam a Universidade Estadual do Piauí (Uespi). O quadro mostra a insatisfação da comunidade acadêmica com a estrutura precária dos campi da instituição e com os salários baixos pagos a técnicos e docentes. Reflexos do repasse de verbas aquém do mínimo necessário e da falta de autonomia financeira da universidade.

E foram essas demandas que levaram os segmentos para as ruas do centro de Teresina na manhã desta quarta-feira (23). A passeata começou em frente à Faculdade de Ciências Médicas da Uespi, a Facime, ocupou a Rua Pires de Castro, entrou na Avenida Frei Serafim e terminou em frente ao Palácio de Karnak, sede do governo do estado.

Sarah Fontenelle, estudante de comunicação social, diz que essa é a primeira vez no ano que estudantes, professores e técnicos unem forças por uma pauta única de reivindicação: “melhor orçamento para a Uespi, fim das taxas, necessidade de autonomia financeira e melhor infra-estrutura dos campi e salas de aula.”

De acordo com a estudante, os discentes iniciaram o processo de discussão há poucos dias, mas afirma que a mobilização é crescente e tende a amadurecer e envolver mais pessoas.

O professor e presidente da Associação dos Docentes da Uespi (Adcesp), Daniel Solon, afirma que a responsabilidade dos professores estarem em greve e as aulas da Uespi paralisadas é toda do governo. “Estamos em greve desde o dia 9 de abril, mas desde janeiro tentamos negociar com a Secretaria de Administração. Até agora nos receberam uma única vez para apresentar uma proposta vergonhosa de reposição de perdas salariais de 5,5%, que já estava previsto para todos os servidores do Estado”, explica Solon, enfatizando que a proposta não contempla a categoria.

Membros do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uespi, o Sintuespi, também participaram do ato. Para Marcilio José, presidente da entidade, se a condição salarial dos professores é precária, a dos técnicos é ainda pior. “Um técnico de nível médio da Universidade Estadual do Maranhão ganha R$ 770,00, enquanto na Uespi recebemos apenas R$ 480,00; um professor graduado da Uespi recebe R$ 1.050,00 por 40 horas mensais e o técnico graduado, que trabalha as mesmas 40 horas, recebe somente R$ 800,00”, expõe.

Os três segmentos são unânimes ao afirmar que a Uespi funciona hoje a base de improviso. “Uma mostra clara que a educação superior não é prioridade para o Estado”, afirmam.

Fonte: http://www.acessepiaui.com.br/universitario2.php?id=89455


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terça-feira, 22 de abril de 2008

Sobre o movimento estudantil de comunicação e seus encontros

Reproduzo aqui material encaminhado via lista de discussão pelo camarada Arthur William da Coordenação Geral da ENECOS, sobre o estatuto da Executiva, com excertos pertinentes aos encontros regionais e suas instâncias de participação política. Acompanhem:

"[...]

Art. 8 - São objetivos específicos da Enecos:

I - Imprimir unidade à ação do movimento estudantil de comunicação social;

II - Promover e incentivar a integração e articulação dos/as estudantes de comunicação social por meio de encontros, congressos, seminários pautados nos objetivos específicos da entidade, além de outras atividades pertinentes ao seu campo de atuação e, em especial, do Congresso Brasileiro dos/as Estudantes de Comunicação (Cobrecos), do Encontro Nacional dos/as Estudantes de Comunicação Social (Enecom) e dos Encontros Regionais dos/as Estudantes de Comunicação Social (Erecom);

Art. 59 - Os/As Coordenadores/ as Regionais são responsáveis pela implementação dos projetos do movimento estudantil em âmbito das regiões do país, além das seguintes atribuições:

I - Enviar anualmente o cadastro para as escolas filiadas atualizando o Banco de Dados da Enecos e a filiação das escolas da sua respectiva região;

II - Manter e ampliar o número de entidades de base filiadas, por meio de campanhas de divulgação da Enecos e filiação;

III - Coordenar os fóruns regionais da Enecos e os Erecom de sua Regional.

CAPÍTULO V

Do Corecom

Art. 62 - No último dia do Erecom, poder-se-á realizar o Conselho Regional de Entidades de Base de Comunicação Social (Corecom), sendo composto por representantes das entidades de base.

Art. 63 - O Corecom é fórum deliberativo com as seguintes funções:

§ 1o - Fazer cumprir e implementar, em conjunto com as demais instâncias da Enecos, o presente estatuto.

§ 2o - Avaliar e fiscalizar a atuação da Coordenação da Enecos, apresentando subsídios que sirvam de referencia na expansão de suas atividades.

§ 3o - Receber, analisar e dar parecer sobre relatórios das atividades da Enecos, dos GETs e no que couber às entidades de base.

§ 4o - Decidir a sede do próximo Erecom.

CAPÍTULO II

Do Erecom

Art. 73 - Todas as regionais realizarão anualmente, preferencialmente, no primeiro semestre, o Erecom (Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação Social).

Art. 74 - O Erecom é um encontro que objetiva a formação política, a integração, a articulação e o planejamento do mecom em nível regional.

I - A abrangência geográfica do Erecom corresponde a, no mínimo, uma regional da Enecos, conforme especificado no artigo 60.

II - Em caso de não realização do Erecom, um CORECOM com carater deliberativo, deverá ser convocado para que as entidades de base possam garantir seu planejamento. Neste caso , cabe a coordenação regional a organização regional a organização e Conselho, de acordo com que versa este estatuto quando se refere a CORECOM's.

Art. 75 - Os lucros ou os prejuízos do Congresso serão divididos entre a entidade de base organizadora do congresso, a Regional e a Enecos da seguinte forma: 30% para a Enecos, 30% para a Regional e 40% para a Comissão Organizadora do ERECOM, tendo esta autonomia na decisão de redivisão de sua parte nos lucros e prejuízos, entre as entidades de base que a compõem.

[...] "

Ou seja, quem participa de Comissões da ENECOS, Centros e Diretórios Acadêmicos de Comunicação Social ou quaisquer frentes de movimento estudantil, fique sabendo! Atualizem-se, alô vocês!
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domingo, 20 de abril de 2008

A máfia das carteiras estudantis e a greve atual

A seguir transcrevemos uma reportagem especial feita há cerca de dois anos atrás sobre a situação vergonhosa de máfia instalada no DCE da Universidade Estadual do Piauí - UESPI. Comparando com a atual greve, podemos supor uma ligação entre os fatos pela temática; aproveitamos para redebater aqui o nível de informação sobre a universidade na qual temos a honra de estudar, não pelas condições em que se encontra, mas pelos estudantes politizados e conscientes que possui. Que sirva para melhor articular o movimento estudantil presente essas linhas seguintes:

A máfia das carteiras estudantis: o “pseudo” DCE e o processo contra a UESPI

O Contexto Geral

A princípio de ciência, o Diretório Central dos Estudantes – DCE é o órgão de representação e coordenação das decisões na vivência acadêmica, sugestões de projetos pelos discentes, práticas de atividades integrativas no campus e protestos estudantis numa Instituição de Ensino Superior. Secundariamente, deve argüir junto da administração universitária toda e qualquer repressão a direitos, discriminação por grupo, subordinação a tratamentos indignos ou desrespeito aos seus componentes de base: os estudantes de graduação a pós-graduação.

Mas, no cotidiano da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, isso está impossível de se visualizar, bem difícil de se perceber; há uma facção criminosa organizada para desencaminhar todo trabalho de gerações na luta estudantil por melhorias no ensino de terceiro grau piauiense. Sobre ela, temos algo a apresentar: o dossiê da corrupção na fabricação das carteiras de estudante: exemplo das imoralidades a povoar as ante-salas do poder obscuro que suga como bem quer os proventos de propriedade estudantil.

Dos operadores da máquina econômica disfarçada em agremiação política

Telsírio Alencar, estudante de Direito da UESPI, adentrou ao ambiente universitário no mandato do reitor Jônathas Nunes, nitidamente devido a apadrinhamento político; ex-partidário do PMDB, depois circulando pelo PCB, até chegar ao PSDC ao qual se filia hoje. Ligado ao senador Mão Santa (à época governador do estado), fora candidato a vereador nas eleições de 2000. Interessado em conquistar votos, inseriu-se na academia estadual piauiense.

Júlio César Silva Holanda, estudante de Direito da UESPI, ingressou na universidade também por expediente suspeito de auxílio político, filiado ao PCB. Companheiro de Telsírio em suas propagandas e candidaturas ao DCE.

Fausto Riparco, estudante de Direito, também componente da chapa de Telsírio e Júlio César às eleições do DCE em 2001.

Dos fatos e pressupostos criminosos

Júlio “Mintirinha” era presidente do DCE no ano de 2000, mas de modo irregular pelo estatuto da entidade. De posse dessa informação, Júlio César e Fausto Riparco encaminharam, então, uma assembléia estudantil e elegeriam-se em 2001, pela brecha da vacância administrativa no estatuto, devido às anormalidades constatadas na gestão anterior.

Fausto abandonou a chapa, ao descobrir das verdadeiras intenções dos colegas nos cargos e pelas fraudes ainda executadas na sua própria chapa. Telsírio Alencar assumiu o posto, candidatando-se na presidência e Júlio César, tesoureiro. Aos poucos, quando os outros componentes se deram conta da repetição e ampliação das farsas, dos enganos encabeçados pelo presidente e tesoureiro, evadiram-se da chapa e aí foi havendo modificações na composição da gestão.

Fausto, inconformado, moveu representação na justiça contra as alterações e abusos da gestão regida por Telsírio e Júlio César; curiosamente, contra assembléia estudantil da qual ele mesmo houvera co-organizado e participado: daí a ilegalidade e ilegitimidade transmitida aos atos posteriores então praticados por ele perante sua ex-gestão.

Com o advento do Partido dos Trabalhadores – PT no poder, inclusive através de sua gerência na UESPI (por Oneide Rocha e Valéria Madeira, respectivamente), Telsírio e Júlio César colocaram empecilhos à administração da reitoria enquanto diretores/representantes estudantis.

Em 2003, a UESPI inicia investigações sobre os poderes do DCE: checagem dos alunos com notas falsificadas nos diários de classe, com ingresso irregular sem vestibular ou procedimento verossímil de transferência/portadoria de curso superior, etc. O Conselho Universitário – CONSUN, de posse das comprovadas denúncias, decide expulsar os envolvidos: Telsírio e Júlio César são expulsos. Entram com ação judicial contra a UESPI, por falta de direito ao contraditório e ampla defesa. Pediram, ainda, indenização pelo ocorrido: da ordem de R$ 120.000,00 aproximadamente. Apesar de, em primeira instância, haverem ganhado a causa, na apelação, a UESPI logrou mais êxito e foi determinada judicialmente a restituição do valor integralmente e corrigido, mas nunca foi pago...

Fausto Riparco, juntamente com outros colegas, ao considerar que Telsírio e Júlio César não eram mais alunos da UESPI – legal e administrativamente falando – decidira reunir os estudantes em Assembléia Geral em abril de 2004. Não foi feito ao momento edital convocatório ao evento no prazo regular estabelecido pelo estatuto do DCE, daí existir a falha na primeira Assembléia. No momento de sua lavratura, a ata fora furtada por um “segurança” contratado pelo DCE (exclusivo e especialmente naquela ocasião), com objetivo principal de intimidar os alunos e tumultuar a realização da Assembléia.

O DCE esteve com portas fechadas durante todo o evento e, no instante em que o prefeito universitário, por solicitação formal, iria receber as chaves e abrir o DCE, “meliantes” ligados à gestão vigorante do falso DCE aproveitaram a desatenção dos estudantes para tomar e levar a ata da Assembléia e dar-lhe sumiço, como forma de tentar impedir a legalização da nova gestão. Só que o ladrão foi interceptado por alunos na circunstância da fuga e, embora um comparsa o aguardasse no portão de saída da UESPI, ele foi dominado e conduzido diante dos estudantes para que fosse indagado acerca do crime; o outro bandido fugira rapidamente do local ao perceber o fracasso da operação. O ladrão capturado foi encaminhado ao 1º Distrito Policial para registro da ocorrência em flagrante.

Depois dessa ata foi feita nova convocação e nova Assembléia, com nova coleta de assinaturas, votação e eleição de nova diretoria provisória. A ata anterior fora desconsiderada por estar incompleta, rasurada pela ação do marginal preso antes. Foi registrada nova ata e dados os encaminhamentos legais para o cadastro da gestão.

Telsírio e Júlio César conseguiram liminar determinando seus retornos como estudantes, sendo que voltaram ilegalmente aos cargos no DCE, a reocupar a direção da agremiação, dado que tinham sido destituídos anteriormente pela segunda Assembléia.

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina – SETUT (decerto por conveniências de ordem financeira) aceitou as razões de Telsírio e Júlio César, auto-proclamados diretores do DCE, como “legítima parte” para liberação dos códigos de barras e confecção das carteiras estudantis da UESPI. Isso enfraqueceu o Movimento Estudantil Uespiano por dois motivos: 1º) a ligação dos que ocupam como “pseudo” DCE e expedem as carteiras estudantis (apesar do afronta legal explícito) como verdadeiros representantes do corpo discente da instituição. 2º) o movimento não possuía recursos políticos e financeiros dentro da UESPI para contestar, mobilizar e organizar a reestruturação do órgão.

Das partes litigantes no processo judicial das carteiras estudantis em si

Kléssio Vieira Brasil, estudante da UESPI (Campus da Região Sudeste de Teresina – Dirceu Arcoverde), presidente do Diretório Acadêmico - DA Manu Ladino, resolveu impetrar ação judicial pedindo que o DA tivesse autonomia e liberdade, inclusive jurídica, para confeccionar as carteiras do próprio DA, autorização definitiva, e da UESPI como um todo, autorização provisória, enquanto se regularizassem e corrigissem as atitudes injurídicas da então desvirtuada gestão do DCE, até que fossem completamente legalizados e cumpridos os requisitos de nova eleição e gestão do DCE.

Foi indeferido o pedido, proibindo inclusive o DA e permitindo somente ao DCE a confecção das carteiras estudantis. Kléssio desistiu do processo impetrado. Além disso, foi processado pelo enganoso DCE ao xingar em público e na mídia (rádio) o DCE de Telsírio e companhia.

A partir dessa época os Centros Acadêmicos – CA’s reiniciaram uma organização interna (e independente do DCE ilegal), montaram a Liga dos CA’s: um DCE alternativo. A equipe, através de Conselho de Entidades de Base, legitimou a vontade dos estudantes e preparou a coordenação para uma nova Assembléia, a terceira.

O Congresso Estudantil da UESPI realizado em 2005 na cidade de Picos, feito totalmente de forma duvidosa e fraudulenta (num universo composto por cerca de 40.000 estudantes apenas 17 estavam presentes à votação de nova gestão), manteve-se o embrulho do DCE ilegalizado, na pessoa de Genevaldo da Silva Holanda (estudante do curso de História, testa de ferro de Telsírio e Júlio César).

Atualmente, após a realização de uma quarta Assembléia em 31 de março de 2006, com a coleta de mais de 4.500 assinaturas dos estudantes em abaixo-assinado, foi eleita uma nova Diretoria Executiva ao DCE com prazo de 180 dias prorrogável por igual período para tomar as medidas necessárias para a expedição de carteiras estudantis (independente do DCE ilegal) e reerguer o Movimento Estudantil Uespiano.

Estão-se buscando as vias de direito para que se legitime a Diretoria Executiva eleita, além de mandado de busca e apreensão da documentação em geral relativa ao DCE, inclusive a prestação de contas da movimentação bancária, destituindo os ocupantes ilegítimos e falsamente competentes para a gerência do DCE, conforme se encontra.

Da deturpação de normas e da confusão judicial transferida à UESPI

Foram liberados 8.122 códigos de barras ao DCE-UESPI pelo SETUT para fabricação das carteiras estudantis, que aguardam despacho judicial do Juiz José Ramos Dias da 2ª Vara Cível da Capital; isso acatando a um pedido posterior advindo do próprio DCE, que antes havia solicitado no mesmo curso processual 20.000 códigos de barras. Note-se a desigualdade entre valores requeridos antes e depois, além da insuficiência para a demanda de acadêmicos que a UESPI possui nos dois campi em Teresina.

O Juiz José Ramos Dias cometeu duas arbitrariedades óbvias: despacho do processo contra terceiro não citado: no caso a UESPI, quando estava sob julgamento apenas o embate do estudante Kléssio Vieira Brasil e do DCE, na pessoa de Genevaldo da Silva Holanda; e a desobediência e inobservância à Medida Provisória nº 2.208/2001 (a qual faculta a expedição de documento estudantil pelos estabelecimentos de ensino ou associação ou agremiação estudantil, proibida a exclusividade) que, por tratar-se de Lei Federal, excede hierarquicamente a legislação estatutária de um DCE.

De modo determinante não houve sequer prestação de contas e repasse do DCE para com os CA’s da quota estipulada no estatuto da entidade na Seção IV, que legisla sobre o Conselho Fiscal, nos seus arts. 28 e 31.

Adicione-se a isso o fato incriminante de Telsírio e Júlio César tiverem aberto sala no centro comercial da cidade (edifício Luís Fortes, próximo ao FRIPISA) utilizando o nome da UESPI, quando instituições acadêmicas só podem funcionar dentro do campus universitário por Lei (sem mencionar-se do agravante de ser notoriamente uma instituição pública sem autorização legal). Fora até mesmo, a propósito, movida queixa crime no 11º Distrito Policial contra Telsírio e Júlio César pelo uso não permitido da marca UESPI em suas atividades.

Para concluir, a Procuradoria Jurídica da UESPI – PROJUR, tem sido reiteradamente dificultada para acessar os autos dos processos, na ingênua tentativa de obstacularizar sua ação para confeccionar identidade estudantil e conseqüente regulamentação ao DCE legitimamente eleito pela quarta Assembléia Estudantil. Também fora feita denúncia junto à corregedoria para suprir falhas e vícios processuais evidentes.

Desfecho da peleja

A história a seguir é reportada no jornal Folha de Teresina – cujo diretor-presidente é Telsírio Alencar – ipsis literis: “No último dia 07 de abril de 2006, o Juiz da 2ª Vara Civil de Teresina, Doutor José Ramos Dias Filho, decidiu que o DCE é a única entidade responsável para confeccionar e expedir as carteiras estudantis dos alunos da Uespi e liberou os CÓDIGOS DE BARRAS ao DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES. A decisão do Magistrado não deixa dúvidas é uma vitória do Movimento Estudantil, regozija-se o Presidente Genevaldo Silva. (...)”

Paira a pergunta, entre todos – estudantes, autoridades judiciais – entrevistados: Porque uma entidade que tem por dever precípuo e imanente lutar em defesa dos interesses e direitos dos estudantes da UESPI (segundo menciona o próprio estatuto original no Título I, art.2º, a) e promover a integração entre o corpo docente, discente, administrativo da UESPI e comunidade em geral (idem, c) sujeita e fixa a taxa de confecção da identidade estudantil em um valor de R$ 15,00 se poderia ser produzida por R$ 7,00 (como deseja e tem condições a Liga dos CA’s)?

Essa resposta será decidida pela justiça piauiense nos processos judiciais sob os números 210495/2005 (2ª Vara Cível de Teresina) e 8512/2006 (1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública), mas principal e fundamentalmente, será dada pelos estudantes relegados e extorquidos nessa história.



por JotaPê Mourão


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