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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Entre aporias e axiomas, vive-se à moda da época

REPUBLIETIQUETA

A retórica do pós-moderno e o neo-fetichismo da estratégia: as armas ideológicas do poder

Decorridos pouco mais de 20 anos da apresentação de um novo modelo constitucional as instituições civis ainda devem se perguntar umas às outras: aonde é que foi este novo modelo? Será que por aqui passou?!!

Analogamente às suas anteriores versões, a carta constitucional republicana do Brasil de 1988 tem sido reeditada por outros organizadores congressuais e revista com flagrantes e diferentes atualizações em relação ao texto e sentido legal originais. Por quê?

"Ideologia, eu quero uma pra viver", já dissera certa vez um compositor rebelde da classe média alta nacional. Ou como diz uma filósofa brasileira: "Ideologia é a lógica da dominação social e política".

Quando se fala em retórica quer-se dizer a arte de falar e convencer argumentativamente em público, com eloqüência. E o fetichismo significando aqui o culto de objeto animado ou inanimado, feito pelo ser humano ao qual se atribui poder sobrenatural.

Ora, pós-moderno é o que acontece depois da época apelidada modernidade - a qual a nosso ver vai até a primeira vintena do século XX, quando se popularizam os meios de transporte e de comunicação de massas no mundo. Quanto a estratégia entenda-se como a ciência ou os métodos racionais para se atingir com eficiência e eficácia determinaos fins.

Agora lhes coloco o assunto: é plausível o reconhecimento das armas ideológicas do poder (seja ele oficial ou não) nessas bases principiológicas e conceituais aí descritas? Será possível a nós relacionar a Constituinte de 1987 e a Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988 como exemplares da retórica do pós-moderno e do neo-fetichismo da estratégia por parte das classes e grupos política e economicamente controladores do interesse de todos(as) os(as) outros(as) pretensamente por esses representados(as)?

Isto é uma aporia sem medida ou um axioma contemporâneo?

Alguém me explique, por obséquio.
Por João Paulo Santos Mourão ₢

Literatura recomendada:

A raiz das coisas Rui Barbosa: o Brasil no mundo / Carlos Henrique Cardim - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

Constituiente, economia e política da Nova República/ Antonio kandir [et al.]; Paulo Sandroni (organizador) - São Paulo: Cortez EDUC, 1986.

Eu etiqueta, de Carlos Drummond de Andrade.

Fazenda modelo, de Chico Buarque (1979)
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