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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Carta correspondência para a política de Brasília

Palavras da presidenta e comentário do jornalista
@dilmabr: A prosperidade, a equidade e a cooperação são valores muito caros a todos nós e ao Brasil.



“O que isso quer dizer, no plano internacional e nacional? A prosperidade quer dizer que bons tempos virão? A equidade quer dizer que a justiça será respeitada? A cooperação quer dizer que alguém vai ajudar o Brasil e os brasileiros?”
Ante essas perguntas, qualquer jornalista por mais chinfrim e prosaico que seja vai perceber que há algo de muito desconexo da realidade atual, pelo menos no plano econômico. O que temos visto é o degringolar de respeito às iniciativas de empreendimentos populares, como as novas profissões liberais nos tempos de marco civil da internet e severas modificações no plano trabalhista. Tempos percebido também que, a despeito da séria série de investigações pelas quais o país vem passando em suas principais instituições, quer federais, quer autárquicas ou empresariais públicas e até mesmo público-privadas, resultados honestos, verdadeiros e seguros não vem sendo tomados, mesmo por quem se julgaria isento e competente para tal feito: leia-se aqui órgãos de investigação parlamentar (as festivas e teatrais CPI’s – Comissões Parlamentares de Inquérito) e os próprios tribunais ou instrumentos de investigação executiva. Vive-se um clima de instabilidade, um momento de profunda tensão, haja vista as várias séries de escândalos políticos que afloram desde os tempos imemoriais do Brasil colônia, império e primeira República, passando pelo regime ditatorial, pela “redemocratização” e tempos mais recentes. As culpas e os erros, ou melhor, os crimes, são atribuídos de um para outro, numa rede de remissivas mentirosas e incontroláveis redes de corrupção que nem sequer a melhor imprensa investigativa é capaz de acompanhar. Os meios de comunicação, mesmo os que são sustentados por capitais externos, não têm coragem, honradez e polidez de indicar uma pessoa sequer do esquema governatório atual, apenas repetem o que papagaiam as CPI’s e similares, deteriorando o trabalho feito por instituições sérias como as polícias, o Conselho Nacional de Justiça, os organismos trabalhistas e as sindicâncias/auditorias do Tribunal de Contas da União, entre outras instituições sobreviventes ao mar de lama pútrida e doentia em que se converte nossa Republiqueta de “corruptolândias”. A Brasília idealizada por Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Juscelino Kubitschek e outros expoentes do desenvolvimentismo se vê hoje alvo de todas as más notícias nas agências de notícias internacionais, diminuindo ainda mais o já sofrível estado de ser do país nação Brasil no cenário internacional, inclusive com descrédito para quaisquer tipos de investimentos, convênios e cooperações internacionais. No campo interno, o Programa de Aceleração do Crescimento parece transmutou-se em Programa de Acentuação da Corrupção, pelo festival de crimes e ações administrativas espúrias hediondas praticadas entre empreiteiras, terceiras pessoas e larápios “.gov”. Isso reduz os já enfraquecidos demais programas e projetos de governo, as ações ministeriais e o raio de ação possível dos verdadeiros empreendimentos que o país precisa. E talvez o dedo mindinho “perdido” de Lula esteja tremelicando este instante porque as situações erradas respingam em seu governo, no de Fernando Henrique, no de Fernando Collor, no de Sarney e em todos os outros governos precedentes, pois até hoje o Brasil só tem sido mesmo é vilipendiado, agredido e “sanguessugado” por outros interesses escusos, nada para as necessidades verdadeiras de seu povo tem sido respeitado e realizado. Como cidadão íntegro, trabalhador, honesto e cioso das coisas que cuidem do Brasil, de meu estado e de meu município, me sinto infeliz, envergonhado, traído, desrespeitado em meus direitos mais simples e comuns: não há direito à vida, à saúde, à educação, ao emprego, à moradia, ao transporte, à higiene, ao saneamento básico, à previdência social, ao esporte, à acessibilidade, à mobilidade urbano-rural, à abastecimento de serviços essenciais, como: água, esgotamento, energias, telefonia, comunicações, limpeza, à internet e comunicações de qualidade e acessíveis ao público, à alimentação, aos setores de agricultura, pecuária, pesca, extrativismo, mineração, à integração nacional e regional (nem precisa dizer a local...), ao poder de investimento em negócios e empreendimentos pela população, à valorização da arte e da cultura nacionais, pois até a criação das crianças hoje é item difícil de realizar, dadas as circunstâncias crudelíssimas a que somos todas as famílias submetidas a este estado de coisas reinante e incessante. Digo isso como pessoa em busca de sucesso em todos os níveis societários, desde a figura individual, passando pela familiar, comunitária, coletivo-societária, etc. Certo que muitas áreas também sem atenção governamental deixaram de ser citadas aqui, mas isso é facilmente compreensível pelo(a) leitor(a). Este não é para ser mais um artigo de crítica avulsa, a crítica pela crítica; não! A liberdade de imprensa e de comunicação é das mais deturpadas hoje em nossos dias, são vários os casos e profissionais cerceados, podados, censurados em seus atos profissionais de imprensa. Se a mídia séria, esta que representa um poder público livre não pode ser manifestada, que democracia é esta? Que país de todos, que país sem pobreza e que pátria educadora é esta??? Aos que leem, ouvem, assistem, acessam ou têm algum tipo de mídia a seu dispor (pois há algumas pessoas que ainda não o têm), faça um teste. Observe o que passa em nossos jornais, atente para o quão ínfimo ou quase inexistente é o espaço dedicado ao comentário, à opinião crítica séria, à manifestação do pensamento. Vamos reclamar e voltar a governos ditatoriais militares e/ou totalitários? Óbvio que não, não lutamos tanto para isto. O que o povo de verdade, de carne, osso e dente quer é justiça social, isto é respeito pelo investimento de vidas que ele faz nesta pátria em frangalhos. Bem me recordo, de meus tempos de colégio e início de universidade: quanta esperança em mudanças, em novos modos de fazer política, em governos atenciosos aos seus eleitores e ao povo em geral. Era uma onda, não uma marola ou uma ressaca. Eram bons ventos, não nuvens carregadas e céu fechado. Eram horizontes, não turva e melancólica visão. É,... parece que o Brasil não quer aproveitar a oportunidade que os deuses do planalto democrático e o Deus constitucionalmente afirmado de todos os credos brasileiros nos oferecem liberalmente. Conversando com meus amigos e minhas amigas penso nos apertos que sofri para estudar, desde a 1ª infância, passando pela 2ª infância, adolescência e 1ª juventude... quanto aperto e pressão a gente sofre pra conseguir algo de bom no nosso futuro, isso acho que todo(a) cidadão(ã) de bem já passou, qualquer que seja sua classe social hoje, isso não faz diferença aqui! Todos(as) têm o direito e até o dever social de evoluir para formas mais civilizadas e melhores de convivência, o país tem que acompanhar o desenvolvimento de seus cidadãos(ãs). Mas o que se apresenta é um cenário horrendo de espoliação, arrocho, descontrole, “Panis et circenses” – para lembrar uns poetas nacionais. Pior: é a perda das liberdades, das garantias constitucionais, dos direitos sagrados das pessoas – tão dolorosamente conquistados. Os políticos, eles são os principais, mas não os únicos culpados dos problemas; se há corruptores, há corrompidos. Isso qualquer aula de política Greco-romana explica ao mais simplório dos analistas. Resta aos articulistas, aos educadores, aos profissionais e à população nas suas mais generalizadas circunstâncias e locais de atuação reafirmar e defender a verdade, a justiça, o respeito e a esperança, com todo o rigor e a firmeza necessários. Nem só de impeachments viverá a democracia brasileira; há meios mais eficazes, eficientes e efetivos de se restabelecer a ordem e o progresso. O povo não é, em sua maioria, tão inocente pra acreditar em milagres e golpes de estado. O que se pode fazer é dar a resposta nas ruas, nos postos de trabalho, nas universidades, nas instituições públicas e privadas, na justiça, na política, nas urnas e no cotidiano, dando exemplo de honradez, sensibilidade e cumprimento da Lei, da Constituição e das normas tradicionais que regem o Brasil desde que este povo é povo. Não é porque fomos povoados e colonizados por degredados, malfeitores e vilãos que essa característica tenha de se perpetuar em nossos genes, em nossos atos e atitudes, pois a educação e a labuta do dia-a-dia ensinam na escola do mundo que podemos ser bem melhores pessoas. Não é criando diferenças, não é desequilibrando os tipos sociais de cidadãos que se recobrará o ciclo desenvolvimentista do país. Nem só de discursos e aparições públicas viverão os atores governamentais; é preciso ação, atuação e reação nos processos complexos que movimentam um país. Há de haver credibilidade, confiança, fidúcia, palavra honrada e cumprida. Se não for assim, nada surgirá de um passe de mágica. Eu sofro muito pelo país, em todos os sentidos. Vejo amigos/as que também se esforçam muito para criar um ambiente de vida melhor aos nossos concidadãos. Mas a atividade criminosa de uns poucos envergonha e mancha de morte as instituições políticas, econômicas, sociais, culturais, enfim. É aterrador perceber que homens e mulheres de bem lutam tanto para educar seus filhos/as, para montar uma família decente, para criar condições de inovação nos seus empregos e áreas de atuação, para desenvolver suas comunidades e por extensão, fazer evoluir a sociedade e que uns poucos corruptos estragam todo este projeto de vida. É difícil, cada vez mais difícil suportar as injustiças, as infâmias, as verdadeiras blasfêmias que estes executam em pleno século XXI, que é para ser o século da evolução humanitária, em todo o mundo. O Brasil, ele tem jeito. Não há que se perder a fé e a intenção de criar um país melhor. Comecemos dando o exemplo, mas também cobrando e exigindo firmemente nossos direitos, pois eles foram criados e estabelecidos em Lei para serem realizados mesmo, não para servirem de enfeite em estantes empoeiradas de bibliotecas ou acervos virtuais abandonados. Nosso papel é de cidadania democrática ativa, agente, atuante, ativística. E aos que envergonham ao Brasil que queime, que pese, que sintam cada uma das dores que sente o oprimido, o indivíduo sem cidadania, aquele que sequer sabe assinar o nome, quanto mais saber que tem direitos; é a ele que terão de se reportar. Que nos presídios, que nas prisões, eles prestem serviços a comunidade, e devolvam com juros correções multa e mora, além do quinto constitucional, todo o investimento que aquele cidadão desprezado faz com seu suor no país, na sua comunidade. Que os bancos e paraísos fiscais em que estão extraviadas e escondidas nossas riquezas sejam responsabilizados pelo enriquecimento ilícito e pelas grandes fortunas fraudulentas e inverídicas judicialmente, e que sejam devolvidos ao tesouro do país cada centil, cada centavo, cada cifrão brasileiro roubado, desviado, desencaminhado. Que os políticos corruptos sejam obrigados a trabalhos forçados pela sociedade, que quebrem pedras pra fazer calçamento, que entreguem “nossas terras” à verdadeira Reforma Agrária, que seu, na verdade nosso salário, seja investido na profissionalização e ensino-aprendizagem de nossas crianças, adolescentes e jovens, além dos adultos e idosos, bem como das pessoas com deficiência; que os pobres e desassistidos tenham os direitos que até hoje lhe foram negados, negaceados, com todos os rigores e a tinta da Lei e dos direitos consagrados aos nacionais do país. Essa é minha opinião. Tenho direito de emiti-la. E você que me lê, também tem o direito de afirmar seu pensamento e cobrar para que a verdadeira justiça social aconteça. Mas isso não será expresso pela mídia vendida e comprada. Será dito e repetido a plenos pulmões, a onde o povo está e nas câmaras altas e cúpulas do poder em que os verdadeiros bandidos se encontrem. Essa é a minha contribuição ao progresso do país e à exterminação da corrupção. Que aumentem os números de pessoas interessadas, de bem, para o futuro do país. Que o governo corresponda aos votos e confiança populares depositados nas urnas nas recentes eleições e que a juventude seja capaz de mudar para melhor o Brasil, refletindo isso nos seus locais, momentos e dimensões politizadoras. Que o Brasil volte a ser orgulho ao seu povo.”

Por: João Paulo Santos Mourão (iMello)
Carta aberta ao povo cidadão do Brasil
Teresina (PI), 15/04/2015.

“Inutilia truncat” “Aurea mediocritas” “Fugere urbem”
“Libertas Quae Sera Tamem”
“Cortar o inútil” “Medianidade de ouro” “Fugir da cidade”

“Liberdade ainda que tardia”

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